Espero que você esteja gostando do nosso site. Se você quiser, conheça as psicólogas que atendem na Vila Olímpia presencialmente e também online por videochamada. Autor: Andreia Crocco Santos - Psicólogo CRP 06/146707
Traumas são experiências que normalmente deixam fortes impressões emocionais ou psicológicas nas pessoas.
Quando não tratados adequadamente, eles se tornam fontes significativas de sofrimento.
Não raro a pessoa que passou por um trauma não consegue explicar o porquê de ter certos hábitos, emoções ou comportamentos que lhe fazem sofrer.
Essa dificuldade para compreender o próprio jeito de ser e de pensar pode ser muito frustrante.
Segundo psicólogos, a terapia busca tratar as dores emocionais provocados pelos traumas de maneira holística.
Ou seja, os fatores cognitivos, emocionais, comportamentais e relacionais são levados em consideração durante o processo de recuperação do trauma.
Neste post, abordamos mais sobre o que são e como tratar traumas.
O que é considerado um trauma?
Um trauma pode ser um evento pontual, como um acidente de trânsito ou a morte de um ente querido, ou uma situação prolongada, como negligência na infância ou abuso no ambiente de trabalho.
Nem toda situação considerada traumática causa impactos significativos na saúde mental.
Como cada indivíduo possui capacidades emocionais e níveis de resiliência únicos, o trauma acarreta sequelas diferentes em cada pessoa.
Sendo assim, a formação do trauma depende da capacidade de resiliência, idade, competências emocionais, experiências de vida e até apoio recebido de terceiros, como de familiares, amigos e profissionais.
Como são formados os traumas?
Para entender a formação de um trauma psicológico, é preciso saber que muitas regiões do cérebro entram em ação durante e após o evento traumático.
Quando uma pessoa vivencia uma situação cuja intensidade do estresse é tamanha, ela possui dificuldade para lidar com o desconforto emocional e psicológico.
Ocorre uma descarga de adrenalina no corpo e a memória do ocorrido é impressa em uma região do sistema límbico, também conhecido como cérebro emocional.
As informações do trauma nem sempre são armazenadas em sua totalidade.
Às vezes, partes da memória são reprimidas. Isso acontece porque o cérebro fica sobrecarregado com os estímulos provocados pelo trauma.
Ao mesmo tempo, o corpo entra em modo de sobrevivência, ativando o instinto de ‘lutar ou fugir’.
O ritmo cardíaco acelera, a sensibilidade sensorial fica aguçada, os músculos se tensionam à espera do momento de lutar ou fugir, entre outros.
Com a concentração da energia do indivíduo na sobrevivência, as estruturas da linguagem cerebral e o raciocínio ficam em segundo plano.
Então, o processamento do evento traumático acaba ficando prejudicado.
Por isso, a pessoa traumatizada sofre com gatilhos e flashbacks do evento, acionados a partir de estímulos sensoriais.
Como os traumas afetam o dia a dia?
Os traumas, mesmo que tenham ocorrido há muitos anos, interferem no dia a dia do indivíduo se não forem tratados adequadamente.
Muitas vezes as pessoas não sabem que certos comportamentos e pensamentos disfuncionais estão relacionados com eventos do passado, ou traumas.
Acreditam se tratar de um aspecto da sua personalidade.
Então, quando esse aspecto causa sofrimento, a conclusão é de que não há nada que possa ser feito, o que não é verdade.
Confira, abaixo, as maneiras como o trauma afeta o dia a dia.
Como a mente reage a um trauma?
A mente pode reagir a um trauma de várias formas.
Uma das principais consequências é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), o qual normalmente surge entre um e seis meses depois do trauma.
Tanto a pessoa que vive o trauma quanto a que presencia um acontecimento traumático pode desenvolver essa condição.
Entre os sintomas do TEPT estão:
- Hipervigilância: trata-se de um estado de vigilância constante, como se a pessoa estivesse sempre sob ameaça. Fazer uso constante dos sentidos dessa maneira é cansativo e conduz à pessoa que sofreu um trauma a um estado de cansaço mental;
- Flashbacks: os flashbacks são lembranças do trauma que retornam à mente ocasionalmente. As memórias são tão vívidas que levam a pessoa a um estado de pânico ou extrema ansiedade. É como se estivessem revivendo o evento traumático naquele momento. Outras formas de reviver o trauma são: pesadelos e pensamentos intrusivos;
- Alterações de humor: as alterações de humor, assim como os flashbacks, se manifestam de maneira espontânea. A pessoa com TEPT pode sofrer uma mudança súbita de humor, sem compreender o porquê daquilo. Por exemplo, de repente ser tomada pela raiva ou tristeza. Ela também pode ser reativa a situações corriqueiras; e
- Evitamento: a pessoa que sofreu um trauma também pode evitar lugares, pessoas e situações sociais para não se sobrecarregar emocionalmente. A postura de evitamento acontece, sobretudo, quando o ambiente ou o momento social em si possuem gatilhos que remetem ao evento traumático.
Outras condições de saúde mental que podem acometer quem passou por um trauma são depressão, transtorno do pânico e ansiedade generalizada.
Também é possível desenvolver um transtorno de personalidade no início da vida adulta.
Essas condições consequentemente afetam as demais áreas da vida do indivíduo, como vida profissional, vida social e amorosa, vida familiar, vida financeira, entre outros.
Como o corpo reage a um trauma?
O trauma psicológico também afeta o corpo.
O estado de hipervigilância descarrega cortisol constantemente no corpo.
O excesso deste hormônio, chamado de hormônio do estresse, provoca uma série de consequências para a saúde: insônia, aumento de peso, hipertensão, diabetes, queda de cabelo, irritabilidade, sensação de fraqueza constante, entre outros.
A memória do trauma também desencadeia respostas físicas.
Durante flashbacks ou pensamentos intrusivos, é comum o corpo entrar em estado de “lutar ou fugir”, como se precisasse se defender novamente do evento traumático.
Além do aumento dos batimentos cardíacos e a tensão muscular, esse estado também desencadeia ansiedade, sensação de desmaio, náusea, tontura, tremores pelo corpo, entre outros.
Assim que deixa o estado de alerta, a pessoa normalmente fica cansada e fica com uma sensação ruim no peito.
Outra consequência emocional que impacta o corpo é a adoção de hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo, insônia e alimentação desregular.
Quando se tem uma condição de saúde mental, a vontade de cuidar de si mesmo pode se esvair, principalmente em quadros depressivos.
Como se curar de um trauma emocional?
A psicoterapia é a principal forma de tratamento para os traumas emocionais.
Quem passou por um trauma ou presenciou uma situação traumática pode procurar um psicólogo para digerir os efeitos do trauma.
É comum que outras condições, como depressão ou ansiedade, se desenvolvam após o ocorrido traumático.
Então, na terapia, é feito o tratamento tanto para essas condições quanto para o trauma em si.
Terapia para traumas
A abordagem psicoterapêutica mais adequada para o tratamento é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
Essa abordagem foca na substituição de padrões de pensamento e comportamento disfuncionais por padrões saudáveis.
Dessa forma, as crenças e hábitos autodestrutivos desenvolvidos a partir do trauma são, gradualmente, substituídos por alternativas positivas.
A terapia humanista também pode ser eficaz na construção da autoestima e ressignificação da identidade após o trauma.
É comum quem passou por um trauma ter dificuldade para se ver sob uma ótica positiva.
O indivíduo pode até se culpar por ter sido vítima de um evento traumático.
Como a terapia humanista possui foco no indivíduo e suas necessidades emocionais e psicológicas, ela pode ajudar a pessoa traumatizada a desenvolver um senso de identidade sólido e positivo.
Em alguns casos, o paciente pode precisar tomar medicamentos psiquiátricos para conter a intensidade dos sintomas e ajudá-los a focar no tratamento psicoterapêutico e na mudança de hábitos.
Mudança de hábitos
Junto com a psicoterapia, vem a mudança de hábitos.
O paciente é encorajado a mudar seus hábitos que contribuem para sentimentos e pensamentos negativos, como sedentarismo, pensamento negativo, alimentação desequilibrada, ler notícias negativas na internet, entre outros.
Pessoas que passaram por um trauma às vezes desenvolvem hábitos ruins para ajudá-las a lidar com as emoções e ansiedade oriundas do ocorrido.
São mecanismos de defesa os quais nem sempre elas têm consciência de se tratar de um escudo contra o que lhes fazem mal.
Assim, o seu reconhecimento não costuma ser fácil.
Por exemplo, isolamento social, não confiar no próprio julgamento, esconder os verdadeiros sentimentos, se forçar a ser extrovertido para esconder defeitos, dormir demasiadamente ou dormir pouco, justificar os próprios atos excessivamente, entre outros.
Cultivar hábitos positivos, embora possa parecer senso comum, é uma maneira eficaz de combater a negatividade que desencadeia sintomas depressivos, ansiosos e de outras condições.
Além disso, eles nos ajudam a seguir uma rotina funcional e produtiva durante o dia a dia.
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Autor: psicologa Andreia Crocco Santos - CRP 06/146707Formação: Pós-graduada em Psicanálise e os Desafios da Contemporaneidade. Pós-graduanda em Saúde Mental, Psicopatologia e atenção psicossocial. Atendimento Psicoterápico Clínico de casal e individual de adolescentes, adultos e idosos sob orientação psicanalítica e psicoterapia psicodinâmica