Espero que você esteja gostando do nosso site. Se você quiser, conheça as psicólogas que atendem na Vila Olímpia presencialmente e também online por videochamada. Autor: Andreia Crocco Santos - Psicólogo CRP 06/146707
Você já parou para refletir sobre o porquê de você tomar certas atitudes ou falar certas coisas sem pensar? Ou por que segue uma determinada linha de pensamento em vez de outra?
A psicanálise acredita que o nosso jeito de ser é influenciado por nossa mente inconsciente. Para adquirirmos mais presença no cotidiano e entendermos as nuances do nosso próprio funcionamento, é preciso analisar o que está armazenado nela.
Essa metodologia é uma das opções de atendimento psicológico disponíveis para quem está interessado em conhecer a si mesmo, solucionar problemas cuja resolução parece impossível e, ainda, tratar condições de saúde mental, como depressão e ansiedade.
O que é psicanálise?
A psicanálise é um campo de investigação da mente que tem como o foco a subjetividade humana. Para entendê-la, segundo essa metodologia, é preciso investigar processos inconscientes. Esses, por sua vez, residiriam no inconsciente das pessoas, podendo ser identificados e interpretados através de métodos psicanalíticos.
Desenvolvida pelo neurologista austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939) no século XIX, a psicanálise defende que sonhos, lembranças, crenças e desejos reprimidos permanecem armazenados no inconsciente e afetam o modo de agir e de pensar das pessoas.
Você provavelmente já tomou alguma decisão, disse coisas e agiu no piloto automático e só depois se deu conta do que fez, não é mesmo? A psicanálise defende que o nosso inconsciente, ou melhor, o que está armazenado em nosso inconsciente, é responsável por esse fenômeno.
Como as pessoas não conseguem acessar esses elementos, têm dificuldade para encontrar tanto a razão quanto a solução para seus dilemas pessoais. É aí que entra o psicanalista!
Com conhecimento da psique humana e de técnicas psicanalíticas, esse profissional é capaz de investigar o inconsciente dos pacientes em busca da origem dos seus conflitos e das respostas para as suas dores emocionais.
Principais conceitos da psicanálise
Freud definiu os conceitos básicos da psicanálise, os quais posteriormente foram analisados e desenvolvidos por outros profissionais da área, dando origem a outras escolas de pensamento. Confira os principais conceitos abaixo:
1. Inconsciente
A mente inconsciente é o principal conceito da psicanálise. Ela guarda tudo o que está fora da nossa consciência, como, por exemplo, crenças internalizadas ao longo da vida e memórias de infância. Além disso, o inconsciente armazena traumas e sentimentos desagradáveis que provém de experiências de vida.
Crenças limitantes, medos, traumas e emoções negativas podem causar conflitos internos que as pessoas têm dificuldade para entender. Embora saibam que determinada atitude gera repercussões negativas, não conseguem compreender o porquê de continuarem reproduzindo aquele tipo de comportamento.
É por essa razão que muitos indivíduos parecem sofrer ‘sem necessidade’. As suas vidas parecem ser perfeitas para observadores, então é difícil compreender por que elas estão sempre em conflito. Na verdade, o que as incomoda não é o exterior, mas, sim, o interior.
2. Id, Ego e Superego
Três conceitos fundamentais para compreender a psicanálise são o id, o ego e o superego. Cada um deles influencia o comportamento humano de alguma forma, conforme visto abaixo.
- Id: parte inconsciente da mente humana que responde aos impulsos, necessidades e os desejos mais básicos do indivíduo de maneira quase imediata, sem pensar. Está ligado à forma mais primitiva e ilógica do pensamento, bem como à busca pelo prazer.
- Ego: diferente do id, o ego responde às demandas da realidade, ou seja, é a parte mais racional da mente humana. Ele inibe as intenções impulsivas do id para que o indivíduo seja capaz de pensar logicamente e se portar de uma maneira socialmente aceita. O ego também gere os nossos mecanismos de defesa, mas nem sempre eles cumprem o seu papel de nos proteger. A negação, por exemplo, é um mecanismo de defesa adotado para diminuir o impacto emocional de uma situação ruim. Todavia, o estado prolongado de negação pode causar ainda mais problemas.
- Superego: o superego está relacionado aos nossos ideais e valores. Ele armazena as crenças que adotamos e desenvolvemos ao longo da vida, mas, sobretudo, durante a infância e adolescência. Esses conceitos são a base dos nossos padrões comportamentais, emocionais e de pensamento. O superego também constrói uma representação do nosso ‘eu ideal’, a qual nem sempre conseguimos seguir.
3. Desenvolvimento psicossexual
Freud acreditava que o processo de formação da personalidade também está relacionado ao desenvolvimento psicossexual durante os primeiros anos de vida. Segundo o neurologista austríaco, as pessoas passam pelas seguintes fases para completar o seu desenvolvimento: fase oral, fase anal e fase fálica. Essa teoria é um dos pontos mais polêmicos da psicanálise de Freud e se tornou alvo de inúmeros questionamentos de outros psicanalistas.
4. Sonhos
Os sonhos, de acordo com Freud, são representações dos desejos inconscientes. Desejos, traumas, memórias reprimidas e questões as quais tentamos ignorar podem se manifestar na forma de sonhos. Através da análise dos sonhos, o psicanalista consegue acessar o inconsciência dos indivíduos e ter uma ideia das preocupações que os assolam.
Freud afirmou, ainda, que os sonhos podem ser a realização de desejos escondidos por conta de imposições sociais. Por exemplo, se o indivíduo inibe um traço da sua personalidade ou um desejo profundo devido ao medo do julgamento da família, mentores, sociedade ou figuras religiosas, esse elemento pode se manifestar nos sonhos.
O que a psicanálise pode tratar?
A psicanálise pode ajudar pacientes a desvendarem conflitos internos que atrapalham o seu dia a dia, como medo do fracasso, insegurança, autoestima baixa, timidez excessiva e dificuldade para tomar decisões.
Esses dilemas podem ter sido originados na infância após experiências negativas ou após a internalização de crenças. Os indivíduos podem não lembrar do ocorrido ou não concederem a devida importância à questão, buscando prosseguir com os seus dias apesar dos incômodos emocionais.
Condições como a depressão, ansiedade, transtorno do pânico, distúrbios alimentares, compulsões e fobias também podem ser tratadas com a psicanálise. É importante destacar, no entanto, que pacientes devem seguir as recomendações do médico psiquiatra quando necessário mesmo se já estiverem fazendo análise.
A psicanálise tem um formato de atendimento mais longo que a psicoterapia, podendo se alongar por vários anos. Ela costuma ser procurada por pacientes que não têm assuntos urgentes para resolver, como indivíduos que buscam adquirir autoconhecimento ou que tem dificuldade para gerir a ansiedade.
Em síntese, a psicanálise pode tratar uma série de questões emocionais e psíquicas. A escolha desse tipo de terapia como forma de tratamento depende da preferência do paciente com essa metodologia.
O paciente precisa gostar ou, pelo menos, se sentir confortável durante a execução das técnicas e conseguir perceber os resultados do tratamento em sua qualidade de vida. Caso contrário, não será possível desfrutar de seus benefícios.
Como é a consulta com o psicanalista?
Você já deve ter visto em um filme, série ou novela uma pessoa deitar-se em um divã enquanto um profissional, sentado em um assento fora do seu campo de visão, faz anotações do que é dito por ela. Embora as pessoas acreditem que essas cenas sejam uma representação da psicoterapia, elas, na verdade, retratam consultas com o psicanalista.
O paciente é convidado a falar sobre qualquer assunto, desde suas vivências da infância e seu relacionamento com os pais até as preocupações da vida adulta. O psicanalista faz a escuta durante todo o encontro, anotando fatores considerados pertinentes para entender o caso.
Um dos objetivos desse formato é incentivar o paciente a perceber padrões de comportamento, de pensamento e emocionais. Através disso, ele consegue compreender o impacto das suas próprias atitudes na sua felicidade, qualidade de vida e autoestima.
Essa realização também ajuda o paciente a compreender que os seus comportamentos do presente têm ligação com o passado. Ao desvendar e aceitar o que já passou, ele pode seguir novos caminhos no presente e construir um futuro satisfatório.
Outras técnicas que podem ser usadas conforme o quadro do paciente são:
- Psicodrama: consiste na formação de uma cena fictícia, normalmente a recriação de um acontecimento da vida real. O objetivo é analisar a maneira como o paciente responde à situação para entender como ele pensa e o que sente em ocasiões parecidas; e
- Psicodinâmica: tem como o foco a resolução de um problema pontual, como a depressão, problema profissional ou baixa autoestima.
Na primeira consulta, o profissional tipicamente apresenta a metodologia ao paciente e explica como o tratamento funciona. Ao longo dos encontros, ele pode decidir se gosta desse método ou não. Mesmo que o paciente não se identifique com a psicanálise, é importante buscar alternativas para tratar as suas aflições.
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Autor: psicologa Andreia Crocco Santos - CRP 06/146707Formação: Pós-graduada em Psicanálise e os Desafios da Contemporaneidade. Pós-graduanda em Saúde Mental, Psicopatologia e atenção psicossocial. Atendimento Psicoterápico Clínico de casal e individual de adolescentes, adultos e idosos sob orientação psicanalítica e psicoterapia psicodinâmica